17/03/09

Justificar favoristimo

Pedro Costa é um dos rostos mais carismáticos da Selecção Nacional de Futsal. Internacional “A” desde 18 de Novembro de 2000, num jogo que marcou o arranque da fantástica campanha lusa no Mundial da Guatemala – que foi coroada com o terceiro lugar –, o ala já cumpriu 95 jogos com a Camisola das Quinas e apontou 46 golos. É, pois, um dos elementos mais abalizados para perspectivar a participação da nossa Selecção no decisivo Torneio de Apuramento para o Campeonato da Europa Hungria-2010, que arranca já na próxima quinta-feira, com Portugal a defrontar a sua congénere do Azerbaijão, no Pavilhão Municipal de Monserrate, em Viana do Castelo, pelas 20h00. “Aquilo que eu espero é que consigamos dar aos adeptos portugueses, à Federação e a nós próprios a satisfação de atingir mais uma fase final de uma grande competição, como é o Euro-2010. Este é um objectivo comum que une a equipa técnica, os jogadores, e a própria estrutura da Federação. Queremos, todos juntos, dar mais uma alegria aos amantes do Futsal”, começa por dizer ao fpf.pt. Conhecedor profundo da modalidade, Pedro Costa tem uma opinião muito concreta sobre as dificuldades que se vão colocar à Equipa das Quinas. “Acredito que o jogo com o Azerbaijão será aquele que nos irá apresentar maiores problemas. Já os defrontámos em algumas ocasiões e fomos sempre superiores. Mas o Azerbaijão que estará no Torneio de Apuramento é uma equipa diferente. Naturalizou cinco atletas brasileiros e é liderado por um seleccionador, também ele brasileiro, com provas dadas no Futsal, o Alésio da Silva. Se este técnico conseguir transportar para a equipa que dirige a qualidade que tinha enquanto jogador, então estou certo que teremos aqui um adversário muito complicado”, analisa. E complementa: “A selecção do Azerbaijão deverá apresentar uma mistura de influências e estilos potencialmente de grande qualidade. Por um lado, a rapidez, a agressividade, a pressão e a disponibilidade física, que eram a “imagem de marca” do Futsal azeri. Por outro, a cultura técnico-táctica acima da média e a organização dos brasileiros. Além disso, trazem a Viana do Castelo um pivot que impressiona pela capacidade atlética – para que se tenha uma referência, é muito mais forte que o César Paulo [Benfica] – e que jogou muitos anos na Rússia, o Serjão. E, depois, há jogadores que já passaram pelo próprio campeonato português: o André Campos, que esteve no Benfica e que tem uma enorme qualidade técnica, e o Rene Noronha, que jogou pela Fundação Jorge Antunes”. Pedro Costa acredita que Polónia e Finlândia estarão num patamar menos elevado. “A Polónia é a selecção da qual temos mais referências. Em termos de estilo e padrão de jogo não tem alterado muito ao longo dos anos, mantendo fortes índices físicos e uma organização que privilegia uma postura mais defensiva”, explica, para depois acrescentar: “Em relação à Finlândia, as informações escasseiam. Aliás, nunca defrontámos esta selecção e, por isso, vai ser muito importante poder vê-los no seu jogo de estreia do Torneio de Apuramento, diante da Polónia. A observação “in loco” dessa partida vai ser o momento ideal para podermos estudar esta formação”. Mas as cautelas na abordagem aos adversários não podem ser confundidas com qualquer sentimento de menor confiança. Antes pelo contrário. O ala luso assume as responsabilidades de Portugal na ronda de qualificação. “Somos favoritos no plano teórico e temos que nos assumir como tal na prática, ainda para mais porque jogamos no nosso País e temos responsabilidades perante os adeptos. Agora, também não podemos ter uma postura sobranceira nem demasiado confiante. Todos sabemos que, por vezes, diante de adversários menos cotados, há alguma tendência inconsciente de pensar que mais tarde ou mais cedo o jogo se resolve. Mas sinceramente não noto, nesta Selecção esse sentimento, nem é essa a forma de estar no Futsal a que habituámos os nossos adeptos. Pessoalmente, tento encarar todos os jogos com a mesma seriedade e empenho”, sublinha. Uma eventual não qualificação seria uma decepção e frustração enormes. De há muitos anos a esta parte, a Selecção tem criado o hábito de marcar presença nas fases finais de Europeus e Mundiais e – para bem do Futsal e da continuidade do crescimento da modalidade – não nos podemos dar ao luxo de dar passos atrás ou falhar as grandes competições. É com a ambição de ganhar os três jogos e carimbar categoricamente o apuramento que estamos a trabalhar”, garante. Encantado com a cidade de Viana do Castelo, Pedro Costa faz questão de se dirigir aos adeptos. “Peço a todos os amantes do Futsal e, em particular, ao povo do Minho e de Viana do Castelo para que nos venham apoiar, para que encham o Pavilhão Municipal de Monserrate e que nos ajudem a chegar ao Europeu. A presença dos nossos adeptos deixa-nos sempre ainda mais motivados e constitui um contributo muito importante para que possamos atingir os objectivos a que nos propomos”, conclui.Fonte: www.fpf.pt

0 Comentários Futsalísticos:

Futsal Viana | Mais do que um blog, uma verdadeira paixão